domingo, 13 de maio de 2007

George Michael em Coimbra: Um mundo pop e visual



Portugal sempre foi muito dado a revivalismo. O que foi continua a ter mais tempo de antena do que o que é ou o que será. Por isso, uma oportunidade para reviver os anos 80 e 90 é sempre bem-vinda. Melhor ainda se podermos recordar, em formato best of, o melhor destas décadas em pouco mais de duas horas. Foi o que aconteceu ontem em Coimbra.

Na primeira vez que visitou Portugal George Michael trouxe o espectáculo de comemoração dos 25 anos de carreira proporcionando aos presentes uma viagem que fez recordar a adolescência aos agora pais de uma geração.

Por que quem já esperou 25 anos também pode esperar mais 25 minutos, o início do concerto atrasou-se o que permitiu que o Estádio Cidade de Coimbra se fosse compondo tantos eram os espaços vazios. George Michael merecia lotação esgotada, tal como se prevê em 22 das 30 datas previstas para a Europa, mas a presença de 27 mil pessoas ficou aquém das expectativas.
«Waiting» deu início ao espectáculo que se prolongou por duas horas, com vinte minutos de intervalo. Sozinho no palco com 57 metros de largura, em cima de uma estrutura de leds em forma de onda, George Michael mostrou-se à vontade e recuperado dos 15 anos que se manteve afastado das digressões. Os 15 músicos que o acompanham na «25 Live Tour» fizeram-se ouvir, naturalmente, mas longe da vista do público.
Distribuída por dois andares no fundo do palco, a banda teve de esperar pelo fim do concerto para se fazer notar na ficha técnica que distraiu o público enquanto George Michael entrava no carro e, com batedores, abandonada Coimbra.

Visualmente marcante, o primeiro espectáculo desta digressão serve de amostra ao que vai acontecer até final de Julho. Vídeos, efeitos de luzes e gráficos ajudaram a colorir as músicas que fazem parte do imaginário de todos. Com um fato preto e os habituais óculos escuros, George Michael dançou e percorreu as extremidades do palco e da passadeira que entrava pela plateia, cumprimentando os presentes.
Parecia feliz por nos rever, sendo que ele nunca nos tinha visto.
Tal como os passos de dança do músico britânico são sempre os mesmos, a batida das suas músicas também não variam muito. Mas, 25 anos depois, não é isso que se exige. «Father Figure», «Everything She Wants» (Wham!) e «Praying for Time», em versão lenta, pesaram num alinhamento com mais momentos intimistas.
Irónico e politicamente activo, está visto que George Michael vai aproveitar esta digressão para continuar com a sua «campanha» contra as políticas de George W. Bush e Tony Blair. «Shoot The Dog», que expressa a posição do músico contra a guerra no Iraque, trouxe visualmente a Coimbra os presidentes norte-americano e inglês de forma caricaturada, primeiro nas telas e depois no formato de gigantescos bonecos insufláveis. Um Bush da altura do palco «preso» a um cão submisso, com trela, e um fato com a bandeira britânica.

«Foi muito tempo. Mas no final desta noite, quando saírem daqui, espero que me tenham perdoado», disse George Michael, que guardou para a segunda parte do concerto alguns dos mais conhecidos temas que deram oportunidade ao público de mostrarem os seus dotes vocais.
«Faith», «I Believe», «Jesus to a Child», «Amazing», «I'm Your Man» e «Outside» anteciparam o primeiro e único encore da noite que começou com «Careless Whisper», o seu primeiro single a solo, depois dos Wham!, que o músico compôs com apenas 17 anos.
A fechar, e porque «é coisa mais importante do momento», George Michael recuperou «Freedom», que dedicou ao pai que fazia anos, e todos cantaram a liberdade. «Obrigado! Ficarei para sempre grato por estes 25 anos», marcaram a despedida do músico de Portugal onde passou uma semana, entre o Porto e Coimbra.

4 comentários:

Anónimo disse...

Estive lá e concordo plenamente: George Michael, por toda a carreira que tem e pela qualidade da sua música, merecia muito mais do que 27000 pessoas num estádio, mas enfim... Fomos poucas, mas boas! Gritei, saltei e dancei até ao último segundo e só tenho 3 palavras a dizer: FANTÁSTICO, ÚNICO E MEMORÁVEL!

Fofocas disse...

muito obrigada pelo comentário! concordo em tudo!!! volta mais vezes!

Nelson Gomes disse...

também estive lá e também gostei do que vi ( subtraindo pausas entre as músicas e vinte minutos de seca). Quero apenas corrigir aqui o que já li noutros blogs o que me faz acreditar que é texto copiado aqui e ali e que vira verdade. Careless Whisper não foi o primeiro single depois dos Wham, aliás Careless Whisper faz parte do álbum Make it Big.
No entanto, foi editado em 1984 como single a solo. :) é um bocado estranho mas é o que aconteceu: saiu no LP do grupo e como single do GM. :)

Fofocas disse...

Tens toda a razão, gomson. "Make it Big" foi o meu primeiro LP (sim, em vinil!) que tive em adolescente, o 2º foi o "True Blue" de Madonna, a minha Deusa, que fica no meu TOP muito á frente do George Michael. Eu fiz copy/paste de vários textos e não tinha reparado no erro, muito obrigada pela rectificação. beijinhos. "I don't want your freedom! I don't want to play around: Part time love just brings me down" GM FOREVER!