Estava eu muito contente na sexta feira a contar a um amigo que estava ansiosa que chegasse o dia seguinte para ir ver os Depeche Mode: ìa estar com muita gente conhecida, ía reviver os 80's e 90's, o Batô e a Indústria, a minha adolescência e tempos já há muito idos.
Que como tinha convites ía ser comes e bebes de categoria, super bock de borla, haverá melhor?
Pois é, essa foi a parte boa do SBSR.
Passado um par de horas esse mesmo amigo envia-me uma sms a dizer que os Depeche Mode tinham cancelado. Por momentos pensei que ele estivesse a brincar comigo pois sabia bem a vontade que eu tinha de ir. Pois não estava a brincar. Liguei a TSF e lá estavam eles a confirmar o temido.
A partir daqui foi tudo um filme. Tudo desiludido, toda a gente protestava, "quem paga!?", "Os gajos são sempre a mesma coisa!", "quero lá ir ver os Xutos e os Gift!", "Nouvelle Vague? Adoro!", "Detesto!", "Nunca Ouvi falar", "Quem!?". Peter Bjorn and John? Conheço 3 músicas que passam na RUM.
A mais conhecida é a música do assobio de uma marca de telemóveis. (vejam o video é muito engraçado).
A minha resposta à pergunta que me foi feita na sexta feira foi: eu vou na mesma. Não paguei os bilhetes, é aproveitar.
A R. veio cá ter a casa, a S. na condição de futura mãe também, fomos as 3 para o Bessa. Trânsito de Festival? Nem vê-lo. Arranjamos lugar para o carro á porta do estádio. Deprimente é a palavra que me ocorre. O A. ligou-me e veio ter connosco, mais as 3 amigas da R., e a SC. estava à porta à nossa espera.
A entrada no estádio foi desoladora. Vazio.
Bem, pró baaaaaaaaaaaaaaaaaaar! Super Bock é a melhor bebida do mundo e foi o que nos salvou. Encontrei muuuuuita gente conhecida, tudo a dizer: pronto, lá viemos pra ver se a desilusão passa...
Ao começar o concerto dos Nouvelle Vague o meu telemóvel toca. Uma delas liga-me, aflita: "Caí, torci o pé. Por favor vem ter comigo" não me lembro sequer do tempo que demorei a chegar ao pé dela (literalmente), fiquei cega, surda, sem noção de tempo nem espaço. Vejo-a com um segurança ao lado. (Chamar os paramédicos que é o que é preciso, sua besta quadrada, é que nada, não é?).
Veio uma cadeira de rodas buscá-la e posso-vos dizer que passei o concerto dos Nouvelle Vague na tenda de campanha do Estádio do Bessa, com a companhia do Paramédico mais FOFO que poderia existir, parecia tirado do Grey's Anatomy (isto foi bom, dentro do mau!).
Parecia estar tudo bem. Claro que de tanto protestarmos passado um bocado já a organização estava a apaparicar-nos com tudo do melhor pois foram ver o buraco que estava à saída dos VIPs (no qual a minha querida amiga caiu e nos pregou um valente susto e no qual já 230 pessoas tinham tropeçado). Foi engraçado ver os macacos dos seguranças sem cérebro a mudarem toda uma entrada para outro lado enquanto a minha querida amiga de perna esticada para o ar, com um saco de gelo e uma meia elástica, nos VIPs, com tudo a olhar para nós. E eu a nem precisar de me levantar para as Super Bocks virem parar à minha mão.
O marido da minha querida amiga veio buscá-la e foram para o Hospital. Estava tudo bem, graças a deus.....!!
Então quando chego à relva para ver se via alguma coisa, começa o concerto dos Gift que eu ODEIO. Passou mais tempo e começaram os Xutos. 10 minutos depois dizem-me: "Vamos embora?" e eu, desconsolada: "vamos".
E fomos pregar para outra freguesia (se bem que a festa seguinte era na mesma freguesia... no 19º andar de um famoso hotel da cidade do Porto).